segunda-feira, agosto 11, 2008

As Caracteristicas do Swásthya Yôga


I. CARACTERÍSTICAS DO SWÁSTHYA

1) ASHTÁNGA SÁDHANA
A característica principal do Swásthya Yôga é sua prática ortodoxa denominada ashtánga sádhana (ashta = oito; anga = parte; sádhana = prática). Trata-se de uma prática integrada em oito partes, a saber: mudrá, pújá, mantra, pránáyáma, kriyá, ásana, yôganidrá, samyama. Estes elementos serão explicados em detalhe mais adiante.

2) REGRAS GERAIS DE EXECUÇÃO

Uma das mais notáveis contribuições históricas da nossa sistematização foi o advento das regras gerais, as quais não são encontradas em nenhum outro tipo de Yôga... a menos que venham a ser incorporadas a partir de agora, por influência do Swásthya Yôga. Já temos testemunhado exemplos dessa tendência em aulas e textos de vários tipos de Yôga em diferentes países, após o contacto com o Swásthya. É fácil constatar que as regras e demais características do nosso mé-todo não eram conhecidas nem utilizadas anteriormente: basta consul-tar os livros das várias modalidades de Yôga publicados antes da codi-ficação do Swásthya. Em nenhum deles vai ser encontrada referência alguma às regras gerais de execução. Por outro lado, podemos demonstrar que as regras gerais constituíram apenas uma descoberta e não uma adaptação, pois sempre estiveram presentes subjacentemente. Tome para exemplo algumas técnicas quaisquer, tais como uma anteflexão (paschimôttanásana), uma retro-flexão (bhujangásana) e uma lateroflexão (trikônásana), e execute-as de acordo com as regras do Swásthya Yôga. Depois consulte um livro de Hatha Yôga e faça as mesmas posições seguindo suas extensas des-crições para cada técnica. Você vai se surpreender: as execuções serão equivalentes em mais de 90% dos casos. Portanto, existe um padrão de comportamento. Esse padrão foi identificado por nós e sintetizado na forma de regras gerais. Tal fato passou despercebido a tantas gerações de Mestres do mundo inteiro durante milhares de anos e foi descoberto somente na entrada do terceiro milênio da Era Cristã, da mesma forma como a lei da gra-vidade passou sem ser registrada pelos grandes sábios e físicos da Grécia, Índia, China, Egito e do mundo todo, só vindo a ser descoberta bem recentemente por Newton. Assim como Newton não inventou a gravidade, também não inventamos as regras gerais de execução. Elas sempre estiveram lá, mas ninguém notou. No Swásthya Yôga as regras ajudam bastante, simplificando a aprendizagem e acelerando a evolução do praticante. Ao instrutor, além disso, poupa um tempo precioso, habitualmente gasto com descrições e instruções desnecessárias. As regras serão explicadas no capítulo ÁSANA, subtítulo Regras Gerais.

3) SEQÜÊNCIAS COREOGRÁFICAS

Outra importante característica do Swásthya Yôga é o resgate do con-ceito primitivo de treinamento, que consiste em execuções mais natu-rais, anteriores ao costume de repetir as técnicas. A instituição do sis-tema repetitivo é muito mais recente do que se imagina. As técnicas antigas, livres das limitações impostas pela repetição, tornavam-se li-gadas entre si por encadeamentos espontâneos. No Swásthya Yôga esses encadeamentos constituem movimentos de ligação entre os ása-nas não repetitivos nem estanques, o que predispõe à elaboração de execuções coreográficas. Assim, [A] a não repetição, [B] as passagens (movimentos de ligação) e [C] as coreografias (com ásanas, mudrás, bandhas, kriyás, etc.), são conseqüências umas das outras, reciprocamente, e fazem parte desta terceira característica do Swásthya Yôga. As coreografias também não são uma criação contemporânea. Esse conceito remonta ao Yôga primitivo, do tempo em que o Homem não tinha religiões institucionalizadas e adorava o Sol. O último rudimento dessa maneira primitiva de execução coreográfica é a mais ancestral prática do Yôga: o súrya namaskara! Ocorre que o súrya namaskara é a única reminiscência de coreografia registrada nas lembranças do Yôga moderno. Não constitui, portanto, característica sua. Vale lembrar que o Hatha Yôga é um Yôga moderno, um dos últimos a surgir, já no século XI depois de Cristo, cerca de 4.000 anos após a origem primeira do Yôga. Importante: o instrutor que declara ensinar Swásthya Yôga, mas não monta a aula inteira com formato de coreografia não está transmitindo um Swásthya 100% legítimo. Quem não consegue infundir nos seus alunos o entusiasmo pela prática em forma de coreografia, precisa fazer mais cursos e estreitar o contato com a nossa egrégora, pois ainda não compreendeu o ensinamento do codificador do Swásthya Yôga.

4) PÚBLICO CERTO
É fundamental que se compreenda: para tratar-se realmente de Swásthya Yôga não basta a fidelidade ao método. É preciso que as pessoas que o praticam sejam o público certo. Caso contrário, estarão tecnicamente exercendo o método preconizado, mas, ao fim e ao cabo, não estarão professando o Yôga Antigo. Seria o mesmo que dispor da tecnologia certa para produzir um determinado tipo de pão, mas querer fazê-lo com a farinha errada.


5) SENTIMENTO GREGÁRIO

O sentimento gregário é a força de coesão que nos fez crescer e tornar-nos tão fortes. Sentimento gregário é a energia que nos mo-biliza para participar de todos os cursos, eventos, reuniões e festas do Swásthya Yôga, pois isso nos dá prazer. Sentimento gregário é o sentimento de gratidão que eclode no nosso peito pelo privilégio de estar juntos e participando de tudo ao lado de pessoas tão especiais. É o poder invisível que nos confere sucesso em tudo o que a gente fizer, graças ao apoio que os colegas nos ofertam com a maior boa vontade. Sentimento gregário é a satisfação incontida com a qual compartilhamos nossas descobertas e dicas para o aprimoramento técnico, pedagógico, filosófico, ético, etc. Sentimento gregário é o que induz cada um de nós a perceber, bem no âmago da nossa alma, que fazer tudo isso, participar de tudo isso, não é uma obrigação, mas uma satisfação.

6) SERIEDADE SUPERLATIVA
Ao travar contato com o Swásthya Yôga, uma das primeiras im-pressões observadas pelos estudiosos é a superlativa seriedade que se percebe nos nossos textos, linguagem e procedimentos. Essa seriedade manifesta-se em todos os níveis, desde a honestidade de propósitos – uma honestidade fundamentalista – até o cuidado ex-tremado de não fazer nenhum tipo de doutrinação, nem de proseli-tismo, nem de promessas de terapia. Definitivamente, não se en-contra tal cuidado na maior parte das demais modalidades de Yôga.
Fazemos questão absoluta de que nossos instrutores e alunos sejam rigorosamente éticos em todas as suas atitudes, tanto no Yôga, quanto no trabalho, nas relações afetivas, na família e em todas as circunstâncias da vida. Devemos lembrar-nos de que, mesmo en-quanto alunos, somos representantes do Yôga Antigo e a opinião pública julgará o Yôga a partir do nosso comportamento e imagem. Em se tratando de dinheiro, lembre-se de que é preferível perder o nobre metal do que perder um amigo, ou perder o bom nome, ou perder a classe. Devemos mostrar-nos profundamente responsáveis, maduros e ho-nestos ao realizar negócios, ao fazer declarações, ao evitar confli-tos, ao buscar aprimoramento em boas maneiras, ao cultivar a ele-gância e a fidalguia. O mundo espera de nós um modelo de equilí-brio, especialmente quando tivermos a obrigação moral de defender corajosamente nossos direitos e aquilo ou aqueles em que acredi-tamos. Fugir à luta seria a mais desprezível covardia. Lutar com galhardia em defesa da justiça e da verdade é um atributo dos co-rajosos. Contudo, lutar com elegância e dignidade é algo que pou-cos conseguem conquistar.

7) ALEGRIA SINCERA
Seriedade e alegria não são mutuamente excludentes. Você pode ser uma pessoa contagiantemente alegre e, ao mesmo tempo, seriíssima dentro dos preceitos comportamentais que regem a vida em sociedade.
A alegria é saudável e nos predispõe a uma vida longa e feliz. A alegria esculpe nossa fisionomia para que denote mais juventude e simpatia. A alegria cativa e abre portas que, sem ela, nos custariam mais esforço. A alegria pode conquistar amigos sinceros e preservar as amizades antigas. Pode até salvar casamentos. Um praticante de Yôga sem alegria é inconcebível. Se o Yôga traz felicidade, o sorriso e o comportamento descontraído são suas con-seqüências inevitáveis. Entretanto, administre sua alegria para que não passe dos limites e não agrida os demais. Algumas pessoas quando ficam alegres tor-nam-se ruidosas, indelicadas e invasivas. Esse, obviamente, não é o caso do swásthya yôgin.

8) LEALDADE INQUEBRANTÁVEL
Lealdade aos ideais, lealdade aos amigos, lealdade ao seu tipo de Yôga, lealdade ao Mestre, são também característica marcante do Yôga Antigo. No Swásthya valorizamos até a lealdade aos clientes e aos fornecedores. Simbolicamente, somos leais mesmo aos nossos objetos e à nossa casa, procurando preservá-los e cultivar a estabi-lidade, ao evitar a substituição e a mudança pelo simples impulso de variar (Yôga chitta vritti nirôdhah). Há circunstâncias em que mudar faz parte da evolução e pode constituir a solução de um pro-blema de estagnação. Nesse caso, é claro, não se trata de instabili-dade emocional. O próprio Shiva, criador do Yôga, tem como um dos seus atributos a renovação. Não há nada mais lindo que ser leal. Leal quando todos os demais já deixaram de sê-lo. Leal quando todas as evidências apontam contra o seu ente querido, pessoa amada, colega ou companheiro, mas você não teme comprometer-se e mantém-se leal até o fim. Realmente, não há nada mais nobre que a lealdade, especialmente numa época em que tão poucos preservam essa virtude. retirado do livro Faça Yôga antes que você precise(DeRose 2004).

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